Já foram escritos muitos artigos sobre o uso de drones para aerolevantamento e fotogrametria. Os melhores dos quais tenho notícia são de autoria de eminentes especialistas de aerolevantamento e fotogrametria, tanto na parte comercial como técnica.
Eu me arisco aqui a dar um palpite sobre alguns assuntos relativos a vantagem e desvantagens de imagem de satélites e drones, tentando ser objetivo e imparcial.
Veja as duas publicações, ainda que datadas de vários anos atrás, com menção de seus respectivos autores que demonstram que o debate já vem rolando faz anos…
O que me inspirou a escrever essas linhas foi um curso oferecido pelo Instituto GEOeduc e um dos slides desse curso chamou minha atenção pois estava simples (até demais) e objetivo e vou complementá-lo um pouco.
Vamos “sobrevoar” alguns tópicos práticos relativos a estes dois sistemas para uso nas aplicações comerciais de rotina, que desde fazendeiros até empresas de engenharia querem usar nos seus projetos.
Imagens comerciais de satélite existem desde 1972, são todas catalogadas e podem ser facilmente consultadas pela internet, o que permite a construção de sequências de imagens de diversas datas, permitindo o monitoramento e a análise temporal das mudanças da superfície ou do terreno. Isto não acontece para imagens de VANTs onde cada um gera os seus dados e não há catalogo unificado “global” acessível de dados de VANTs.
Para pequenos projetos, os satélites podem fornecer áreas mínimas de 25 Km² com grande agilidade, que em condições favoráveis, pode permitir que depois da confirmação do pedido, a imagem seja entregue no mesmo dia.
Para grande projetos, os satélites tem capacidade de imageamento ilimitada e com muita agilidade e baixo custo pode cobrir áreas de milhares de Km2. Sem contar que existem dezenas de sistemas de Observação da Terra, ou seja, muita oferta de dados.
Imagens de satélite chegam atualmente a 30 cm de resolução, VANTs a alguns cm: Não se comparam, e depende realmente da aplicação e da necessidade. Não estamos falando de dados que possam ser técnicamente comparados.
Com imagens de satélites, você serve seus clientes em todo um continente, com VANTs você (se for fornecedor de serviços de imageamento de drone) serve sua região, o que é mais limitado… outra boa diferença.
Com imagens de satélites, você pode tomar a decisão de iniciar o seu projeto, e realizá-lo de imediato. Com VANTs, você depende ainda de burocracia administrativa dos órgãos reguladores para voar, adquirir seus dados e fazer seu projeto, sem mencionar as áreas de exclusão, limitações em áreas urbanas, etc…
Para um pedido de imagens de satélites de 30 cm de catalogo , o piso é menos de R$ 5.000,00, para o recobrimento de uma área de interesse. Para comprar um VANTs , digo o sistema completo, não sai por menos de R$ 30.000,00 ou mais (por conta do USD alto) para ter algo confiável, com acessórios, baterias, seguro, software, manutenção etc, enfim um sistema para trabalhar profissionalmente. A vantagem é que você pode com isto em mãos recobrir várias áreas de interesse.
O VANT, quando voado corretamente e bem produzido sobre a área de interesse, disponibiliza dados em questão de horas. Imagens de satélite de catalogo igualmente (a baixar no FTP), e quando compradas de um distribuidor sério ! Na hora de programar uma imagem (mínimo 100 Km2) na área de seu projeto você depende da agilidade do satélite e dos procedimentos de programação, e pode esperar semanas por conta da meteorologia. No caso dos VANTs, pode ser muito mais rápido, mais para uma área muito menor.
Você pode receber a sua imagem de satélite já ortoretificada sem ter que ter que adquirir e operar softwares pesados para realisar processamentos. O dado de VANTs tem que ser processado (aerotriangulação, extração de MDS, MDT, ortoretificação, mosaicagem, equalização,…) por software e hardware especializado, que ainda é caro, senão seu dados será inutilizável.
O Estado sensoriado deverá ter acesso aos dados primários e processados relativos ao território sob sua jurisdição, assim que forem produzidos, em base não discriminatória e a um custo razoável. O Estado sensoriado deverá ter acesso, também, em base não discriminatória e nas mesmas condições e termos, à informação analisada relativa ao território sob sua jurisdição, disponível nos domínios de qualquer outro Estado participante de atividades de sensoriamento remoto, levando-se em especial consideração as necessidades e interesses dos países em desenvolvimento.”
Conclusão
Eu mesmo acho que este debate não é assim tão útil, pois são duas tecnologias diferentes e com condições técnicas e comerciais tão particulares a cada uma delas que não se trata de excluir uma em benefício da outra, mais saber quando usar uma ou outra.
Nós, da ENGESAT defendemos nosso pão de cada dia, mais oferecemos igualmente nosso conhecimento em processamento de imagens para fazer bons projetos processando dados de VANTs (http://www.engesat.com.br/softwares/simactive/correlator3d-uav/ ). Não pretendemos operar VANTs nem fazemos questão de concorrer em todas as oportunidades com dados de VANTs.
Vamos trabalhar para seguir mostrando que nossa tecnologia com imagens de satélites é sólida e esperamos poder servir muitos profissionais que operam e usam dados de VANTs quando eles precisarem de imagens de satélites !
Drone, Satélite ou Foto Aérea? O que devo adquirir?
Em meio a tantas tecnologias disponíveis no mercado atual, muitos empreendedores ficam na dúvida em qual escolher para trabalhar.
Para que essa decisão seja mais evidente, é importante ter a resposta das seguintes questões:
O que quero visualizar na imagem?
Qual a finalidade do uso da imagem, qual a minha aplicação?
Qual a data ou período de aquisição que necessito?
Qual a dimensão, ou tamanho da área de interesse?
Preciso de Georeferenciamento de precisão ou apenas Ortoretificação?
Preciso de curvas de nível ou de Modelo Digital de Elevação? Modelo Digital de Terreno?
…
Entre as ferramentas de imageamento e levantamentos existentes, drones, satélites, aéreo e topográfia clássica, cada um em particularidades. Porém o que torna um ou outro mais vantajoso depende de diversos parâmetros, tal como:
Tamanho de área a ser adquirida:
Em áreas pequenas de centenas de ha, o drone se torna muito mais vantajoso, devido sua agilidade em aquisição de dados, altíssima resolução espacial.
Para áreas superiores a 2.500 ha o satélite já se torna uma opção mais vantajosa, por ter imagens de alta resolução espacial disponíveis em catálogo, possibilidade de aquisição de imagens recentes, a programar e/ou históricas.
Para grandes áreas acima de centenas de km2 a solução ficará entre imageamento por satélite ou vôo, a decisão de compra levará em consideração faixa de largura, resolução espacial, condições meteorológicas, necesidade de precisão, escala, serviços de processamento (curvas de nível, Modelo Digital de Elevação, ortoretificação e demais aplicações).
Datas históricas: imagens de satélite ou fotos aéreas são as mais indicadas, por terem imagens em catálogo.
Para um georeferenciamento de precisão, todas as imagens, sejam elas adquiridas por aeronave, satélite ou drone, é necessário o levantamento de pontos de apoio, que seriam coordenadas no terreno conhecidas e fotoidentificáveis/pré-sinalizados, e o posterior processamento dos dados em softwares específicos.
A melhor solução ainda consiste consultar profissionais de sua confiança para cada caso, apresentando os parâmetros de seu projeto e analisando as propostas técnicas e comerciais… As tecnologias evoluem tão rapidamente que a resposta da próxima segunda feira poderá ser diferente da resposta da última sexta feira…
E ai, gostou desta publicação? Na semana que vem teremos outro post. Assine nossa Newsletter e receba por e-mail todas as publicações, além de videos, materiais e promoções, de forma automática.
Deixe um comentário para acrescentar conteúdo ou para iniciarmos uma discussão sobre o tema.
Curta e compartilhe com seus clientes e colegas de profissão!
Esta publicação foi escrita por Laurent Martin, formado em Agronomia e com Mestrado em Sensoriamento Remoto Aplicado no Reino Unido, é responsável pela direção da EngeSat.