PEC, o que é e como aplicar? [Parte 1] |
A maioria dos produtos cartográficos produzidos até o início da última década do Século XX originava-se de processos óptico-mecânico-manuais. Entre os métodos tradicionais de produção de um documento cartográfico, naquele período, pode-se citar a perfuração dos dispositivos, a orientação manual dos modelos estereoscópicos, a geração dos originais de restituição fotogramétrica em bases celulósicas de poliéster e cronaflex, a elaboração e editoração dos originais cartográficos por intermédio de técnicas de plástico-gravura e a impressão em papel da carta a ser distribuída ao usuário final. Tais métodos ocasionavam diferentes componentes de erro posicional de uma “cadeia de erros” no processo de produção de um documento cartográfico.
Com a evolução tecnológica houve mudanças significativas no processo de produção de um documento cartográfico.
Essas mudanças, por um lado, acarretaram a eliminação de várias fontes de erro inerentes à elaboração tradicional de produtos cartográficos ou mesmo a redução da magnitude de outros tipos de erros, como o caso da determinação dos pontos de campo.
Por outro lado, novas tipos de erros, ainda que em menor magnitude, passaram a existir. O Decreto nº 89.817, de 20 de Junho de 1984, estabeleceu critérios para classificação de cartas quanto à sua exatidão e à distribuição de erros ao longo das mesmas, utilizando um indicador estatístico da qualidade posicional, denominado de “Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC)”. Na época, o principal objetivo foi assegurar a exatidão cartográfica do produto analógico, observando as peculiaridades de cada escala de representação.
A evolução tecnológica, a disseminação do conhecimento, a popularização de equipamentos que utilizam dados e informações geoespaciais, e as demandas dos usuários indicaram a necessidade de serem estabelecidos novos padrões de qualidade para os produtos cartográficos. Para atender a estas necessidades, as Especificações Técnicas dos Produtos dos Conjuntos de Dados Geoespaciais (ET-PCDG) definiram os elementos da qualidade para cada tipo de produto.
Entre estes elementos, observando o disposto na norma ISO 19.115, encontram-se os relativos à precisão posicional, onde a precisão absoluta consta como elemento de qualidade da geometria dos dados geoespaciais. Assim o atributo geometria de um dado vetorial, quando produzido para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN), e por consequência, para a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), deve atender ao padrão da qualidade geométrica ou posicional.
Na tabela abaixo, você pode entender bem o que constitui cada classe do PEC e a relação estabelecida entre escala e precisão de localização […]
Fonte: Decreto Lei 89.817, 1984
[…] a equidistância das curvas de nível em função da escala do mapa […]
[…] e os valore toleráveis de erros de localização conforme a escala do mapa:
Este artigo foi dividido em duas partes. Continue a leitura na publicação PEC, o que é e como aplicar? [Parte 2]
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Esta publicação foi escrita por Laurent Martin, formado em Agronomia e com Mestrado em Sensoriamento Remoto Aplicado no Reino Unido, é responsável pela direção da EngeSat.
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